terça-feira, 16 de março de 2010

"A man travels the world over in search of what he needs and returns home to find it" George Moore

Enviado do meu BlackBerry® da TIM

segunda-feira, 15 de março de 2010

Final Countdown...

 
Tá chegando a hora. Depois de 162 dias, 19 países, 65 cidades, 49 vôos, 170 horas no ar e incrivelmente nenhuma mala extraviada, a Holy Trip está chegando ao fim. Antes do esperado sim, mas com a sensação de dever cumprido. Alcancei tudo o que queria ao longo desse tempo e me sinto preparado para voltar. Leve mas com muita bagangem nas costas, novo em folha, com gás renovado, cheio de anseios profissionais e pessoais, e muita saudades de todos.

O saldo final foi extremamente positivo, tudo saiu dentro do esperado ou muito melhor. Com exceção das contas da TIM... Bem, por essa eu não esperava, um susto atrás de outro. Mas mesmo com isso, o custo total ainda ficou dentro do budget inicial.

E a medida que a hora de voltar se aproxima, uma avalanche de pensamentos e lembranças toma minha mente de assalto. Cada paisagem nova, cada experiência, cada encontro, cada reencontro, cada despedida, cada foto, cada post, tudo o que aconteceu nos últimos 5 meses, certamente os mais intensos de minha vida, voltando incessantemente à lembrança... o casal mais hospitaleiro do mundo no Nepal, as criancinhas do Laos ao lado do rio Mekong, o tuk tuk no Camboja, o nosso guia no Vietna, as festas da Tailândia, o sorriso no rosto de cada Indonésio, a adrenalina de cada bungy jump, a adrenalina de ver um tubarão pela primeira vez embaixo d'água, a vitória do Egito na Copa Africana, o leopardo jantando um javali, tudo me remete a cada um desses 162 dias...

Agora é a hora de voltar para casa, colocar a vida back on track e implementar todas as resoluções de ano novo (sim, o ano está começando apenas agora para mim, o que por sinal não é diferente de muita gente, que começa o ano somente depois do carnaval né!?).

É hora de encarar a realidade, sair desse mundo fantástisco que é viajar sem compromisso, sem preocupações, longe da rotina e da luta pela sobrevivência diária, pelo pão do dia-a-dia. Chegou a hora de abrir o jornal e me deparar de novo com um novo escândalo a cada semana, de ver que nada aconteceu nem mudará depois do flagrante do Arruda em Brasília, assim como nada mudou depois do mensalão, dólares na cueca, aloprados, nepotismos, etc, etc. Como é bom ficar bem longe dissa podridão toda, sem ter que acompanhar toda essa humilhação que nós brasileiros, pagadores de impostos, somos submetidos diariamente over and over again. Mas essa é nossa realidade e temos que enfrentá-la, a não ser que resolvemos sair do país. Como pretendo continuar no meu querido Rio de Janeiro, tenho que me reacostumar a isso. E vale muito a pena!

Obrigado de novo a todos.

Gran Finale

A viagem não poderia terminar de maneira melhor... Aos 45 do segundo tempo, surgem 4 dias de esqui top em Megeve, França.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Esticadinha...

Galera, agora é oficial. Acabei de mudar minha passagem para o Brasil mais uma vez. Não pude recusar a prosposta muito tentadora de uma snow trip durante o fim de semana e adiei minha volta por alguns dias. Apenas uma esticadinha. Volto terça-feira, dia 16. Toda programação pós-retorno está sendo refeita, mas já estou confirmado no Chicletão dia 21, comemorando o aniversário da minha irmã.

Depois de passar por diversas ex-colônias inglesas, cheguei finalmente em Londres. Apenas uma digressão: dos 17 países que havia visitado nessa viagem, nada menos que 10 (EUA, India, NZ, Austrália, Egito, Jordânia, Israel, África do Sul, Tanzânia e Quênia) fizeram parte do Império Britânico, que foi o maior do mundo em extensão. Até bem pouco tempo atrás (50, 60 anos), Inglaterra e França literalmente "possuíam" grande parte da Ásia e África. E o engraçado é ver essas mesmas pessoas, hoje, criticando o super malvado "imperialismo ianque", que não reclama para si a "propriedade" de nenhum país. Não estou defendendo os americanos, só estou relativizando. Pelo contrário... eles são arrogantes mesmo, se acham a solução para todos os problemas do mundo, e são tão ufanistas que não saem do país. Não achei estatísticas oficiais, mas menos de 20% dos americanos têm passaporte. E você acaba encontrando muito mais brasileiro pelo mundo do que americano. O que eu mais encontrei, em qualquer lugar que eu fui, foram ingleses, eles estão por toda a parte.

Adiante.... Londres. Nada de muito novo pra mim, comparado a tantos lugares exóticos que passei - é a sexta vez que venho para cá - mas sempre algo de novo, sempre algo acontecendo. O problema é o peso que cada dia nessa cidade tem em sua conta bancária, mas pelo menos economizarei na estadia! NY sempre foi minha cidade preferida, mas Londres é fascinante. E como forma de coroar minha chegada, algo muito atípico para o inverno londrino: 5 dias consecutivos de sol! O frio continua, principalmente a noite (como não tenho nenhuma roupa de frio, pois as minhas voltaram para o Brasil logo depois do Nepal, estou sufocando o armário do meu anfitrião Eduardo Juaçaba), mas desde que cheguei aqui os dias estão lindos, graças a Deus.







quarta-feira, 3 de março de 2010

Quênia

Após dois dias no país, o Quênia para mim continua sendo apenas uma fábrica de maratonistas e a terra natal dos familiares do Obama. Minha passagem por aqui foi rápida, e não muito produtiva. Já estou okay de ver animais, conhecer lugares, ficar pra lá e pra cá, sem parar o dia todo, todos os dias. Minha cabeça já está em outra agora... Estou em Nairobi, capital do país, cidade grande, longe da vida selvagem e das praias. E totalmente sem saber, caí no melhor hotel da cidade. Bem carinho, mas com clube, piscina aquecida, 5 restaurantes, etc etc. Acabei ficando dentro do hotel a maior parte do tempo, delícia!

Mas para não falar que fui extremamente relapso, fui ver as últimas notícias do país e olha o que eu encontro:

  • Quênia soltará milhares de zebras para alimentar leões famintos: O Servico de Vida Selvagem do governo do Quenia iniciou uma operacao de captura e transporte de 7 mil zebras e gnus (especie de antilope africano) para alimentar leoes e hienas do Parque Nacional Amboseli, no sul do pais.
  • Elefante mata turista americana e filha de um ano no Quênia: Uma turista americana e sua filha de um ano morreram pisoteadas por um elefante no Quenia. As autoridades locais afirmaram que as vitimas passeavam em um grupo acompanhado por um guia na Floresta do Monte Quenia quando o animal atacou. "A mulher e sua filha morreram na hora"
  • Jogar bola por 15 minutos produz energia para iluminar uma lâmpada por três horas: Bola 'sOccket' capta energia perdida por jogadores durante as partidas. Projeto esta em fase de testes em paises como Quenia e Africa do Sul.
  • Mobile Money facilita transações financeiras por mensagens SMS: Nem so de smartphones vive a tecnologia atual. Aqueles aparelhos celulares antigos, que contam apenas com funcoes como mensagem de voz e texto, estao revolucionando a economia de paises como o Quenia, Africa do Sul e Japao.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Hakuna Matata!

Sempre achei que essa expressão fosse mais uma das invenções dos filmes da Disney. Mas chegando na Tanzania, é Hakuna Matata pra todo lado. Em swahili, a lingua local falada na Tanzania, Quenia e Uganda, desde antes dos colonizadores implantarem o inglês como segunda língua oficial, Hakuna Matata significa “sem problemas”, “no worries”.

Dar Es Salam é a capital do país e não há muito a fazer por aqui. Mas Zanzibar fica a apenas 20 minutos de avião. Ficamos em Stone Town, o centrinho da ilha. As melhores praias ficam longe de lá, algumas 1 hora de taxi para o norte, outras 1 hora para o sul. E não é nada barato como eu esperaria da Africa. Ida e volta sai por 70 usd... Pois é, a Ásia continua imbatível em matéria de custo, que saudade!

A água transparente se transforma em azul em algumas praias e verde em outras. Scuba dive e snorkeling são umas das principais atrações da ilha, e pela primeira vez pude ver um navio afundado há 100 anos atrás embaixo d’água. Mais uma experiência incrível, admirar a integração dos restos do navio com a natureza. Impressionante como quase toda essa construção se transforma em habitat para as mais diversas formas de vida subaquáticas.

De resto, o povo é pobre, mas não é sujo e fedido como na India. E a maioria torce para o Manchester United ou o Arsenal... O transito da capital é caótico, mas o grande problema realmente é a desorganização dessa gente, parecem todos muito despreparados para prestarem qualquer serviço, desde um simples check in, que pode demorar até meia hora, a atender pedidos em restaurantes, pagar contas em hoteis, etc, haja paciência... Mas Hakuna Matata, esse é o preço a se pagar para ter um carimbo estranho no passaporte!!












quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cape Town

É sempre muito mais interessante contar sobre os lugares exóticos, pouco conhecidos, fora do mainstream, até porque esse era o objetivo da viagem, ir aos lugares remotos, que eu nunca tinha ido antes e que provavelmente demorarei a voltar. Mas devo admitir que tiveram alguns lugares que não se encaixaram em nenhum dos quesitos acima mas mesmo assim mexeram comigo. Sydney certamente foi um deles. E Cape Town foi outro. Mas ao contrário de Sydney, que eu já tinha uma predisposicao a gostar, Cape Town foi way above expectations pra mim... Os dois possuem várias coisas em comum e que combinam muito com o estilo carioca, mas sem a violência e desigualdades aparentes. Fácil se sentir em casa. E depois de quase 10 dias (5 com o pessoal semana passada e 4 com a minha irma Bolota), deu um aperto no coração se despedir da cidade. Principalmente sabendo que não poderei voltar para a Copa do Mundo, quando aquilo ali deve ferver!

Mas acabamos de chegar em Dar es Salam, capital da Tanzania. Essa sim se encaixa na categoria "roads less traveled". Até começar minha trip, não lembro de conhecer ninguém que tenha vindo pra cá, pelo menos não que eu saiba. O país está naquele grupo dos menores PIBs per capita do mundo, dominado pelos africanos (bottom 20 do mundo), mas aqui se encontra o Kilimanjaro, o pico mais alto da Africa, alguns dos melhores safaris do mundo... e a última coisa que nego acha é que aqui vamos encontrar praias paradisíacas. Mas é exatamente isso que viemos fazer nesse lugar, relax total em um mar azul bebe e areias brancas...

Abaixo um pouquinho mais de Cape Town.




terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Random...

South African skies and others...









sábado, 20 de fevereiro de 2010

The Big 5

Dos Big 5 só faltava a gente encontrar o leão e ainda havia 2 safaris a fazer. Em um deles, apenas mais do mesmo, nada de leão. A reserva é relativamente pequena comparada com o Krugers Park, mas ainda assim tem 80 mil hectares, e os bichos ficam totalmente soltos... Nada de GPS ou rastreador para encontrá-los. Dependemos única e exclusivamente dos nossos 2 guias e, por sorte, caímos com o melhor e mais experiente de todos, aparentemente. O cara tinha um olho bizarro, rastreava as pegadas dos animais na estradinha de terra, enfiava a Land Rover no mato sem se importar com que vinha pela frente, tudo pra encontrarmos os benditos leões, reis da selva. Mas nada deles. Já passávamos da metade do nosso último safari e mesmo a cena de 2 leopardos acasalando, o que é tão raro quanto, pra não dizer mais raro ainda, não substituia os leões. Quando de repente aparecem não apenas 1, mas 4 leoas na estrada a nossa frente. Pareciam não se importar com a nossa presença, estão acostumadas ao movimento constante de carros. Estavam lá, descontraídas, sentadas, brincando até que avistam um daqueles bambis, que não sei o nome exato. Ele estava na outra margem de um laguinho e elas passam a se concentram fixamente na potencial presa do dia. Olhares na mesma direção, sem piscar, como se preparando o ataque. E nós torcendo dentro do jipe, imaginando uma cena memorável. Uma delas começa a se movimentar lenta e disfarçadamente para cercar o pobre bambi. Uma segunda leoa faz o mesmo, mas é vista pelo alvo, que foge rapidamente. Já era. Agora elas tem que procurar outro almoço. Mas valeu, e bastante. Não conseguimos ver o leão macho, que dorme mais de 15 horas por dia e só caça a noite, quando sua visão preto e branco se torna infinitamente melhor do que a dos demais animais. As fêmeas fazem esse trabalho por eles. Mas missão cumprida. Big 5 completo.




quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Mama África

Eu sei, ninguém vai ler nada do que eu escrever essa semana -- aliás, vocês que estão certos, o que eu estou fazendo passando o carnaval na Africa do Sul? Ou melhor, na Saudi Africa, como diz o professor Joel Santana... Essa é uma ótima pergunta, mas ai vai a resposta...
























Na verdade, apesar de já ter passado teoricamente mais de 2 semanas nesse continente (10 dias no Egito e 5 em Cape Town), sinto que somente ontem, quarta-feira de cinzas, entrei de fato na África. O Egito é considerado muito mais Oriente Medio do que África, por conta do povo, cultura, religião, etc. E Cape Town, bem Cape Town é muito mais Europa do que África.

Primeiro pela língua principal que é o inglês -- se bem que na maioria das vezes é quase impossível decifrar o que os locais estão dizendo, já que eles falam com um sotaque esquisitissimo (existem mais de 10 línguas oficiais no país mas o inglês é a principal). Segundo pelo alto padrão de vida, pouca pobreza, ruas limpas, minoria negra, muito luxo, carrões importados, vida noturna bombante, bons restaurantes e pessoas lindas. Estou aqui com o Tonton e o Buzu, dois amigos do banco, e vocês sabem como é esse povo do mercado financeiro né? Ahahahah Sempre esbanjando! Entramos no clima e alugamos uma BMW conversível (nunca vi tanta BMW, nem em NY), jantamos algumas vezes no Nobu (eleito, por mim, o melhor restaurante do mundo), mergulhamos com tubarão branco, visitamos a praia dos pinguins, Cabo da Boa Esperança, etc, etc.

E viemos ontem pro interior do país, para 2 dias de safari na savana, conhecer a verdadeira África. Já havia andado de elefante, visto girafa, zebra e veado, abraçado leão, etc, tudo isso la na Tailândia. Mas isso aqui é totalmente diferente. Esse é o habitat natural dos animais, ninguém os colocou aqui, ninguém os alimenta nem os socorre, é a natureza na sua forma mais pura e selvagem, e nós ficamos apenas de espectador. Serão 4 passeios no total, 2 de madrugada e 2 final de tarde. E já nos primeiros vimos 4 dos Big 5 animais da selva: rinoceronte, um leopardo jantando um javali, elefante e búfalo. Só falta agora o leão, mas esse é difícil encontrar... E pela primeira vez entendi para que realmente serve uma Land Rover... o bicho é um verdadeiro trator, um tanque, e colocá-la no asfalto de uma cidade é no mínimo um grande desperdício!

Depois da minha teoria falhar no Oriente Médio e eu não esbarrar em nenhum brasileiro durante 3 semanas, a brasileirada se faz presente na Africa do Sul. Encontramos muitos brasileiros em Cape Town e, no hotel do safari ,cerca de 50% dos hóspedes são brasileiros. Isso porque ainda tivemos a ilustre companhia de Livia, Fernandinha, Elisa e Juliana, amigas do Rio que coincidentemente vieram para o CarnaCape também.

PS: De bônus seguem algumas poucas fotinhos de Israel que acabei não colocando no blog antes. Essa época de carnaval acaba contagiando os brasileiros em qualquer lugar do mundo e acabamos preguiçosos mesmo. Mas aí vai Jerusalém, Mar Morto (onde afundar eh impossivel), territórios palestinos onde israelenses não entram e uma piadinha sobre essa eterna guerra santa...